segunda-feira, 16 de abril de 2012

Por algum motivo existem tradições: sorvete de uva com karma

Fiz sorvete de uva e choveu.

Ontem, debaixo de um sol [não literalmente] lindo e quentinho fiquei lá batendo e batendo uva com creme de leite batido - porque não - durante todo o dia. Quando o sorvete ficou pronto, finalmente, o céu escureceu, nuvens raivosas começaram a surgir e em menos de uma hora a profecia se cumpriu. Muita chuva, que no meu caso vem junto com um frio anti-sorvete. Não que eu não possa ou não deva tomar sorvete no frio, não tenho nenhum tipo de preconceito culinarístico-climático. Entretato, acho que por causa da baixa temperatura acabo nem lembrando do sorvete no freezer, uma vez que só consigo lembrar de leite e/ou qualquer outra comida quente e confortante.

Conclusão, hoje é segunda, ainda está chovendo de leve com o frio me pondo de casaco enrolada em um lençol enquanto escrevo isso do sofá de casa. O sorvete? Está no freezer sem nenhuma colherada faltando. Ia comê-lo agora a pouco com bolo, mas o leite quentinho com chocolate venceu a briga. Precisava de comida que fizesse eu lembrar que cheguei em casa e que o dia de trabalho acabou. Na verdade precisava de conforto extremo e não podia contar com isso numa versão humana, pois essa outra parte da história está no trabalho e ainda vai levar um bom tempo para chegar.

Só para não perder o hábito, mas também sem grandes reflexões filosóficas vou colocar a minha receita que tentei fazer com base no melhor sorvete de uma do mundo [essa aqui é a fonte], só que acabei usando proporções diferentes pois estava com creme de leite sobrando. As uvas, surpreendentemente estavam congeladas e ficaram super bem depois que eu dei uma aquecida nelas no fogo. Aqueci cerca de 200 gramas de uvas pretas congeladas no fogo a fim de formar uma calda que pudesse ser peneirada com mais facilidade. Calda pronta, coloquei tudo na peneira para separar os caroços e juntei com uma calda rala de um terço de xícara de açúcar com um quarto de xícara de água, tal como mandava a receita consultada. Bati o creme de leite, na quantidade pedida na receita original, até o ponto de chantilly e levei para a geladeira. Pus também o suco de uva para gelar e enquanto esperava fui fazer outras coisas. Na hora de juntar tudo resolvi que por não ter o que fazer e como guardar o resto do creme de leite ele ia virar sorvete também. Bati mais chantilly com tudo o que tinha na garrafa, totalizando cerca de um terço da garrafa de creme de leite batido. Foi então que juntei tudo, com um pouco de açúcar e sal e fiquei naquela  maratona "não deixe seu sorvete cristalizar". Dei cinco batidas em intervalos de 30 minutos nas primeiras três vezes e 1 hora nas duas últimas. Tudo bem que me esqueci dele da terceira para a quarta parada e ele ficou cerca de 1 hora e meia me esperando [meia hora a mais do que o previsto], mas acredito que não tenha interferido negativamente no resultado final. Se eu soubesse o resultado seria melhor, mas não tô no clima do sorvete agora então deve ficar para o fim de semana.

História publicada rapidinho, mas sem os detalhes da trabalheira que foi o fim de semana com várias comidas - Focaccia de Calabresa e Alecrim com fermento de uma semana, Sorvete de Uva, Angel Food Cake, Granola e almoços variados - e mais dois dias de limpeza pesada na casa nova para o qual espero me mudar em breve.

Resumidamente, em dois dias minhas estatísticas de limpeza são dois banheiros lavados, atingindo a incrível média de um por dia, a qual não poderia escapar da maledicência das pessoas que gostam de comentários infames; "Mais do que você já lavou desde que veio morar aqui." Foi o que ainda tive que ouvir. E pra acrescentar a essa impressionante conta ainda tenho uma parede inteira de lambris removida com perda mínima das peças. Estou me superando e o que é pior, gostando de trabalhar na casa nova. Como uma pessoa pode fazer uma dissertação de mestrado assim? Com tanta coisa mais importante, divertida e interessante para se fazer. Quando ela acha que lavar banheiro é melhor que sentar a bunda pra escrever sobre o sexo dos anjos ainda pode ser considerada normal?

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