Mais um quibe de forno? A parte ser esse um dos meus pratos favoritos, esse ficou muito bom e tem o diferencial de ter sido feito com carne de soja. Por isso vou anotá-lo aqui para não esquecer. Ele tem também o mérito de ser muito fácil e rápido de ser preparado, bastando estar com a carne e o trigo hidratados, vai tudo para o processador mistura e pronto.
A minha sexta-feira começou com muita cara de sábado, já que eu não precisei ir trabalhar. Por isso, fiquei durante todo o dia pensando ser sábado, apenas para ter o prazer de, ao fim da tarde, chegar a doce conclusão que ainda era sexta e meu feriado apenas começara. Agora que tenho recomendações médicas para pedalar - a melhor notícia do mundo para o meu companheiro pedalador inveterado - e devo fazer por força aquilo que a preguiça me impede, aproveitamos para dar um passeio de leve pelas redondezas. Passeio com destino certo: a Fazenda Constância, produtora de orgânicos que tem me servido com legumes e verduras quinzenalmente. Sempre fazia pedidos para entrega, mas dessa vez como a lista de produtos que eu precisava eram carregáveis em uma bicicleta e eu queria conhecer o local juntei todas os requisitos e fomos até lá.
Foi legal, porque o pessoal foi atencioso com a gente, explicando todo o processo de plantio e os insumos biológicos utilizados para fertilização e controle de pragas. Eles são muito organizados e fazem um trabalho realmente bacana, principalmente se comparado com a média dos serviços prestados aqui na cidade. A fazenda não é muito longe aqui de casa e ir de bicicleta foi bem agradável, porque todo o caminho vale o passeio. Apesar de que, parte de paisagem de casas belíssimas e de pequenas mansões com cores vibrantes, telhado claro e esquadrias pintadas de branco nos deixou um pouco atordoados, tanto pela vontade de morar ali quanto pelo desgosto de não morar. Fazer o quê? Ces't la vie!
À propósito, trouxemos rúcula e uma couve de nome estranho, o qual eu jamais vou lembrar para poder sequer pronunciar, quanto mais escrever. O nome da couve é chingensai, uma espécie chinesa que é mais tenra que a couve mineira e, pelo que disseram, menos amarga. Ainda não provei, quer dizer, ainda não comi refogada como é pra ser feita, mas já tirei um pedacinho crua pra comer e achei bem boa, com um gosto que lembra a couve que estamos mais acostumadas. Eu trouxe sem saber como ia usar, contrariando um pouco a minha lógica de compras, entretanto, ao mesmo tempo, não posso ver nada novo e desconhecido que tenho que experimentar. Deste modo, a couve sei lá o que veio parar na minha geladeira.
Manhã agradável, passeio agradável e, claro, antes de sair deixei o trigo para o quibe e a carne de soja hidratando. Usei, para hidratar, uma proporção de uma medida de trigo para duas de água e achei que desse jeito fica mais fácil, pois não acumula água e na hora de usar nem precisei escorrer. Quando cheguei fui preparar a refeição dos campeões, cheia de fibras, proteínas do quibe com uma salada verde de alface romana, rúcula, tomate cereja e parmesão.
Antes do quibe, fiz essa pasta de grão de bico, com menos iogurte para dar uma consistência mais firme para o recheio do quibe. Além disso, dispensei o limão e juntei à mistura meia pimenta de cheiro vermelha e bastante gergelim. Pasta na geladeira, comecei o resto da receita.
Para o quibe foi no processador, nessa ordem: meia cebola, um dente de alho, alguns pistaches [não tinha muitos e acho que nessa quantidade não ressaltou seu sabor, mas vou anotar para uma próxima vez porque é promissor], a carne de soja, um pouco de hortelã, alguns ramos de salsinha, raspas de limão, sal, linhaça, azeite e páprica. Acho que foi isso, mas tenho dúvidas. Depois juntei essa mistura ao trigo hidratado, com pimenta síria, zathar, tabasco e pouco menos de um quarto de limão espremido. Acho que o limão deu um up no negócio, porque fica um leve gosto, bem agradável ao paladar. Montei em um refratário: massa, pasta de grão de bico, massa e levei ao forno. Nesse meio tempo fiz a salada e como a fome era grande, retirei do forno antes do tempo. Comemos e ficamos satisfeitos, mas não deu pra cortar ele bonitinho e colocar montado no prato, não. Esse quibe fica melhor para corte se servido morno ou mesmo frio. Também recomendaria fazer a receita de um dia para o outro para intensificar o seu sabor, mas eu não tive essa opção.
Melhor de tudo: ver o companheiro que não gosta de grão de bico, indo umas duas ou três vezes no potinho para passar a pastinha no biscoito enquanto esperava pelo almoço. Eu apenas ri, enquanto lavava a louça. Ele veio reclamar que eu estava rindo dele e tive que dizer:
"Não é de você que eu estou rindo. Estou rindo porque a minha teoria funciona e está sendo comprovada empiricamente [não falei empiricamente, mas teria ficado bonito] por você. Não existe comida que você não goste, apenas elas não foram preparadas de um jeito que você goste."
Existem 1.475.876 sites sobre gastronomia, culinária, receitas e afins... Desses, eu frequento com certa regularidade pelo menos uns 598.009... Mas, nem sempre, para não dizer quase nunca, as receitas que vejo são seguidas à risca... Às vezes, mudo um ingrediente, às vezes, pego um pouco de umas três ou quatro receitas... Criei esse blog de mim para mim mesma como uma forma de ter sempre um lugar para lembrar quais receitas funcionaram, de quais eu gostei e como foram feitas por mim.
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