domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pedal, orgânicos... Quibe, grão de bico e a doce sensação que o feriado ainda nem começou

Mais um quibe de forno? A parte ser esse um dos meus pratos favoritos, esse ficou muito bom e tem o diferencial de ter sido feito com carne de soja. Por isso vou anotá-lo aqui para não esquecer. Ele tem também o mérito de ser muito fácil e rápido de ser preparado, bastando estar com a carne e o trigo hidratados, vai tudo para o processador mistura e pronto.

A minha sexta-feira começou com muita cara de sábado, já que eu não precisei ir trabalhar. Por isso, fiquei durante todo o dia pensando ser sábado, apenas para ter o prazer de, ao fim da tarde, chegar a doce conclusão que ainda era sexta e meu feriado apenas começara. Agora que tenho recomendações médicas para pedalar - a melhor notícia do mundo para o meu companheiro pedalador inveterado - e devo fazer por força aquilo que a preguiça me impede, aproveitamos para dar um passeio de leve pelas redondezas. Passeio com destino certo: a Fazenda Constância, produtora de orgânicos que tem me servido com legumes e verduras quinzenalmente. Sempre fazia pedidos para entrega, mas dessa vez como a lista de produtos que eu precisava eram carregáveis em uma bicicleta e eu queria conhecer o local juntei todas os requisitos e fomos até lá.

Foi legal, porque o pessoal foi atencioso com a gente, explicando todo o processo de plantio e os insumos biológicos utilizados para fertilização e controle de pragas. Eles são muito organizados e fazem um trabalho realmente bacana, principalmente se comparado com a média dos serviços prestados aqui na cidade. A fazenda não é muito longe aqui de casa e ir de bicicleta foi bem agradável, porque todo o caminho vale o passeio. Apesar de que, parte de paisagem de casas belíssimas e de pequenas mansões com cores vibrantes, telhado claro e esquadrias pintadas de branco nos deixou um pouco atordoados, tanto pela vontade de morar ali quanto pelo desgosto de não morar. Fazer o quê? Ces't la vie!

À propósito, trouxemos rúcula e uma couve de nome estranho, o qual eu jamais vou lembrar para poder sequer pronunciar, quanto mais escrever. O nome da couve é chingensai, uma espécie chinesa que é mais tenra que a couve mineira e, pelo que disseram, menos amarga. Ainda não provei, quer dizer, ainda não comi refogada como é pra ser feita, mas já tirei um pedacinho crua pra comer e achei bem boa, com um gosto que lembra a couve que estamos mais acostumadas. Eu trouxe sem saber como ia usar, contrariando um pouco a minha lógica de compras, entretanto, ao mesmo tempo, não posso ver nada novo e desconhecido que tenho que experimentar. Deste modo, a couve sei lá o que veio parar na minha geladeira.

Manhã agradável, passeio agradável e, claro, antes de sair deixei o trigo para o quibe e a carne de soja hidratando. Usei, para hidratar, uma proporção de uma medida de trigo para duas de água e achei que desse jeito fica mais fácil, pois não acumula água e na hora de usar nem precisei escorrer. Quando cheguei fui preparar a refeição dos campeões, cheia de fibras, proteínas do quibe com uma salada verde de alface romana, rúcula, tomate cereja e parmesão.

Antes do quibe, fiz essa pasta de grão de bico, com menos iogurte para dar uma consistência mais firme para o recheio do quibe. Além disso, dispensei o limão e juntei à mistura meia pimenta de cheiro vermelha e bastante gergelim. Pasta na geladeira, comecei o resto da receita.

Para o quibe foi no processador, nessa ordem: meia cebola, um dente de alho, alguns pistaches [não tinha muitos e acho que nessa quantidade não ressaltou seu sabor, mas vou anotar para uma próxima vez porque é promissor], a carne de soja, um pouco de hortelã, alguns ramos de salsinha, raspas de limão, sal, linhaça, azeite e páprica. Acho que foi isso, mas tenho dúvidas. Depois juntei essa mistura ao trigo hidratado, com pimenta síria, zathar, tabasco e pouco menos de um quarto de limão espremido. Acho que o limão deu um up no negócio, porque fica um leve gosto, bem agradável ao paladar. Montei em um refratário: massa, pasta de grão de bico, massa e levei ao forno. Nesse meio tempo fiz a salada e como a fome era grande, retirei do forno antes do tempo. Comemos e ficamos satisfeitos, mas não deu pra cortar ele bonitinho e colocar montado no prato, não. Esse quibe fica melhor para corte se servido morno ou mesmo frio. Também recomendaria fazer a receita de um dia para o outro para intensificar o seu sabor, mas eu não tive essa opção.

Melhor de tudo: ver o companheiro que não gosta de grão de bico, indo umas duas ou três vezes no potinho para passar a pastinha no biscoito enquanto esperava pelo almoço. Eu apenas ri, enquanto lavava a louça. Ele veio reclamar que eu estava rindo dele e tive que dizer:

"Não é de você que eu estou rindo. Estou rindo porque a minha teoria funciona e está sendo comprovada empiricamente [não falei empiricamente, mas teria ficado bonito] por você. Não existe comida que você não goste, apenas elas não foram preparadas de um jeito que você goste."

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