Apesar de gostar de cozinhar e de aprender sobre cozinha desde pequena, meu conhecimento acerca do assunto não era muito amplo até, digamos, poder ter acesso à internet e, sobretudo, a uma cozinha só pra mim. Costumava cozinhar na casa da minha mãe, mas só o necessário para me manter de pé, já que a cozinha não oferecia muitos atrativos, tanto em termos de espaço quanto de organização.
Hoje, tenho as coisas quase do jeito que eu quero, porque sempre tem alguma coisa para arrumar ou um utensílio que a gente quer muito. A cozinha funciona muito bem, tem bastante espaço, é arrumada na medida do possível e passo quase todo o fim de semana nela quando não tenho outros compromissos. Além do que, a internet é um mundo vasto para os amantes da culinária e consigo muito mais acesso a ingredientes exóticos, pratos típicos e utensílios nem sempre tão úteis. Já até comprei meus primeiros livros de culinária [pela internet]. Gosto da pesquisa sobre o assunto, sobretudo de conhecer novos pratos típicos e saber suas origens dos pratos. Foi exatamente o que aconteceu com essa receita de Pappa al pomodoro.
Contando com os milhões de blogs de culinária que existem na internet com receitas e estilos para todos os gostos, cheguei a esse prato tipicamente italiano através do La Cucinetta [tão citado aqui que acho que terei de pagar royalties] e das histórias de sua autora descendente de italianos. No início fiquei um pouco desconfiada de uma espécie de sopa que só leva tomate. Eu nunca tive coragem de fazer sopa de tomate por achar um excesso. Mas, como a curiosidade pelo novo geralmente é maior do que a prudência de ficar dentro de limites conhecidos [que assim permaneça], fui atrás de meia dúzia de receitas de pappa al pomodoro - sempre faço isso à título de comparação [não vou entregar minha latinha de tomates assim tão fácil] - e descobri que a maioria delas era muito parecida e levava os mesmos ingredientes na composição: tomate, pão e manjericão.
Vi a receita pela primeira vez aqui, mas preparei esta do site do Jamie Oliver. As duas são parecidas, mas a última levava tomates de latinha, que era o que eu pretendia usar, e gostei da ideia de assar os tomates cerejas para dar uma incrementada. Descumpri uma regra pessoal de tentar sempre a receita mais original possível, quando eu faço ela pela primeira vez. Mas, nesse caso, essa parece ser daquelas receitas que não tem muita restrição e se faz com o que tem à disposição no momento.
O fato é que o prato é surpreendentemente gostoso e confortante, especialmente numa noite fria como fez no dia em que comemos. Agradeço a curiosidade por te-lo experimentado e, com certeza, esse é um prato para se fazer muitas vezes. Os italianos sabem mesmo tratar das coisas simples. O que me faz pensar sobre o motivo de um prato como esse - notadamente bom, bonito e barato - ser tão pouco falado e consumido, pelo menos nos meios em que já andei. Ficamos comendo e confabulando sobre o esquecimento que faz com que determinados aspectos de uma cultura se percam, tal como esse prato.
Existem 1.475.876 sites sobre gastronomia, culinária, receitas e afins... Desses, eu frequento com certa regularidade pelo menos uns 598.009... Mas, nem sempre, para não dizer quase nunca, as receitas que vejo são seguidas à risca... Às vezes, mudo um ingrediente, às vezes, pego um pouco de umas três ou quatro receitas... Criei esse blog de mim para mim mesma como uma forma de ter sempre um lugar para lembrar quais receitas funcionaram, de quais eu gostei e como foram feitas por mim.
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