quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Refeição saudável para um feriado magro [nos dois sentidos].

Feriado de um dia é uma ofensa a uma pessoa trabalhadora. Maaagro! Mal você começa a se acostumar a vagabundagem o feriado acaba sem mais nem menos. Pior é que você passa as vésperas fazendo uns planos [no meu caso culinarístico] e depois vai desistindo das coisas porque afinal o tempo é muito curto para experiências mais elaboradas.

O fato é que também cozinhar por aqui tem sido um exercício constante de planejamento - os planos do coiote para o papa-léguas pareceriam brincadeira de criança perto dos meus - para que eu continue firme nas minhas metas de redução de desperdício e de porcarias que entram na cozinha e consequentemente dentro de nós.

Então, como ontem foi dia de comer na casa da mãe, sobre cujo cardápio você não tem nenhuma ingerência, acabei abusando da quantidade de comida e também nas combinações, pois refeições em casas de mãe seguem a lógica de toda casa brasileira quase como uma instituição cultural profundamente arraigada [a voz acadêmica falando]: arroz com feijão [claro], e carne de panela com batata [que pelo menos não foram fritas].

Para curar a farra da carne, e, o que foi pior, no jantar, hoje fiquei só nas três refeições básicas, sem belisquetes no intervalo. Eu sei! Os intervalos precisam ser preenchidos com lanches saudáveis! Mas digamos que meu humor pela manhã não estava dos melhores e não conseguia pensar em nada que quisesse fazer na cozinha e as frutas não estavam tão atrativas para os meus olhos de mau-humor. Sem contar a variedade exígua de produtos frescos já que a chuva torrencial de ontem me fez adiar as compras no sacolão, não seria eu a andar por aí cheia de sacolas, pesadas, na chuva e de ônibus.

Para o almoço, quando o sol saiu e minha vontade de cozinhar começou a parecer uma ideia menos sacrificante, fiz não uma, mas duas saladas, mas para não incorrer no exagero podemos rebatizar uma delas de arroz colorido. A salada salada, foi simplinha mesmo de folhas de alface [que acho que está se reproduzindo na geladeira, pois não acaba nunca], folhas de rúcula que plantei no meu vaso e estão dando [ueba!!! orgulho mode on! Plantadora compulsiva] e cebola em tiras finamente fatiada. Seria uma salada bem básica mesmo, com folhas rasgadas, não fosse pela finalização com a dupla azeite e vinagre branco e gersal.

O gersal foi uma descoberta realmente fantástica, porque é uma coisa que tá ali o tempo todo e você nunca pensa sobre isso. Nada mais é do que gergelim torrado moído com sal. No meu caso misturei com um pouco de linhaça também. Sem contar que é um ótimo modo de comer linhaça. Depois de pronto, lembra muito do cheiro de amendoim torrado. Fui provar e, ou meu paladar ficou louco, sugestionado pelo cheiro, ou parece mesmo amendoim torrado. Quando apresentei a invencionice ao companheiro aqui em casa - que andava meio avesso ao gergelim - fiz uma boa propaganda com motivos de amendoim e ele levantou a hipótese de serem parentes, mas eu não fui procurar a relação.

Para o arroz colorido, que frio também poderia ser uma ótima salada usei 1 xícara de arroz integral cozido como mandava a embalagem, algumas azeitonas picadas, 1 beterraba pequena cortada em cubos e preparadas no forno, folhas frescas de manjericão, 1 tomate picado em cubinhos e 1/2 lata de atum. Mistura tudo e pronto. É só servir.

Para preparar a beterraba, descasquei ela, cortei em cubos bem pequenos. Cortei também os talos e guardei as folhas [zero wasting food]. Coloquei os cubos e os talos picados em uma assadeira, juntei umas folhas de tomilho e uma pitada de sal por cima delas. Levei ao fono até ficarem macias, mas ainda firmes. Ficaram muito doces e não me arrependi de ter pago um pouco mais caro pelas beterrabas orgânicas. Muito bom mesmo e o pessoal aqui em casa aprova essa ideia. "Isso são passas? Não, beterrabas ao forno. Estão tão doces, né? Parece passas."

Outra coisa que me surpreendeu positivamente foi o arroz integral, já que nunca tinha feito dele e foi bem fácil, apesar que levar uma quantidade maior de água. Achei que foi um bom começo e a refeição para #comermelhor ajudou também com o meu humor.

Câmbio, desliga!

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