Pois é, então eu resolvi adotar o absurdo conceito de desintoxicação preventiva e estou caprichando na leveza e valor nutricional dos pratos servidos nesta semana de interstício festivo. Sem abandonar os nossos outros mantras culinários de evitar o desperdício e ser prático e rápido de ser feito [tenho notado que sem a carne na refeição e com os vegetais certos qualquer prato passa a ser rápido e fácil].Não posso perder de vista que tenho uma reeducação para manter e tudo fica mais difícil estando de férias - em casa o dia todo -, com o Natal e o Réveillon para eliminar a necessidade de bom senso gastronômico e abrir a porteira da permissividade e do exagero. Eu ando meio radical com essa coisa do exagero na hora de comer. Isso pode soar chato e inconveniente, e de fato até é um pouco dessas duas coisas, mas eu estou oficialmente, e porque não, instintivamente, trocando a quantidade pela qualidade.
Hoje mesmo estava pensando sobre isso depois do almoço. Acho que me sinto bem comendo pouco, e, como eu disse no momento em que pensei, gosto da sensação de acabar de almoçar e estar satisfeita mas ainda com um pouco de fome. O espaço da sobremesa a ser preenchido, apesar de hoje ter dispensado o docinho de depois do almoço para ficar com a boa sensação de quem quem come gengibre em um macarrão feito na medida para manter a saúde e a sanidade - nesses tempos de comilança - em dia.
Mas o macarrão do qual eu ia falar aqui não é exatamente esse com gengibre, mas sim outro feito anteontem com massa integral e um molho de alho poró espetacular. Apesar do molho não ter sido assim tão leve, vamos dar um desconto porque os amantes de creme de leite também merecem um agradinho de vez em quando e eu ainda tinha um restinho de creme de leite fresco na garrafa que eu não podia deixar ver a luz. Pra compensar usei uma massa do tipo fusilli integral muito boa, que acho que será minha marca favorita para macarrão integral. A coisa toda é muito fácil para ser executada.
Essa foto não reflete o sabor desse macarrão. |
Básico de toda receita de macarrão: põe a água no fogo pra ferver. Enquanto isso...
Pegue a tigela ou panela que será usada para servir [nesse caso tem que ser de vidro ou inox ou qualquer material que possa ser aquecido] e coloque sobre uma panela de água aquecendo no fogão. Despeje nessa tigela o creme de leite, uma gema, queijo parmesão ralado e noz moscada ralada. Misture bem. No meu caso eu fiz um refogado de cebola e alho poró na manteiga e coloquei no creme também. Quando o macarrão estiver pronto é só escorrer, dispor ele na tigela, mexer para que o molho incorpore e pronto, vai do fogão para a mesa e é certeza de aprovação.
Eu ia parar por aqui, mas agora me deu vontade de falar do macarrão de hoje que também ficou muito saboroso e bem mais leve. Fiz com liguine de trigo durum e muitos vegetais. Dá pra imaginar os comentários? "Nossa, quantos vegetais! Que coisa mais colorida. [coloque aqui um ar de desconfiança]".
Seguindo a lógica do não desperdício, tinha congelado os talos e pedaços de folhas de um maço de brócolis a bastante tempo. Hoje esse congelado saiu da caverna para dar o ar de sua graça em um prato digno de nota - apesar de não ter sido fotografado. Então em uma frigideira grande em fogo bem baixo coloquei um pouco de azeite e gergelim para que ele liberasse um pouco do sabor e aroma. Depois refoguei um dente de alho em lascas até dourar, um pedaço de gengibre [uma parte em lascas, mas quando a paciência acabou meti ele no ralador mesmo], os talos de brócolis, cenoura cortada em cubículos e tirinhas [os cubos ultra-pequenos de cenoura haviam sobrado crus de uma pasta de atum de ontem e usei eles no macarrão hoje, mas como achei que a composição merecia umas tirinhas piquei mais um tanto de cenoura só pra ficar mais bonito], uma pimentinha vermelha que não arde nada e eu não sei o nome em tirinhas. Depois joguei um pouco de molho de pimenta vermelha, uma pitada de açúcar mascavo, um quase nada de água e esperei o macarrão ficar pronto. Massa cozida al dente, ou até um pouco mais dura pois o cozimento não será interrompido, e escorrida - não sem antes queimar a mão com água quente que pulou da panela quando eu soltei abruptamente um dos cabos que estava quente. Depois de tudo isso, uns pulinhos de dor e uma bronca carinhosa, consegui jogar o macarrão na panela com os legumes, dar um banho leve de azeite em tudo e acrescentar molho shoyu. Deixei o macarrão dar uma fritada de leve na panela, sem grudar muito e finalizei com cebolinha, castanha do pará em lascas [o dia da lasca e da tirinha] e um pouco de sementes de chia [odeio o fato de elas estarem na moda e odeio mais ainda o fato de descobrí-las somente por causa da moda, mas parece que tem um valor nutricional muito bom]. Já nas nossas cambuquinhas o macarrão ainda ganhou algum parmesão como adereço, porque resolvemos que seria batizado como yakisoba de inspiração italiana.
Agora chega. As duas massas são ótimas é muito fáceis de fazer. Como dizem por aí #ficaadica
Nenhum comentário:
Postar um comentário