sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Prelúdio de férias é café com panquecas.

Esse post está completamente fora de ordem. Era para ter sido escrito na terça-feira, dia em que tudo o que será contado aconteceu de fato, o que também deixaria o relato com mais sentido. Mas entre comer e escrever as coisas não saem lá muito como planejo, Na terça-feira, o final do meu dia foi muito corrido e meu fôlego [inspiração] para as letras não estava lá essas coisas.

Enfim, tudo que eu sei é que ficar em casa em um dia de semana é muito bom e foi exatamente o que me ocorreu nesse dia [não perca a conta, estamos falando de terça]. Devido a milhares de combinações cósmicas de eventos únicos [parece conversa de físico] eu pude me abster de trabalhar e aproveitar um dia inteiro em casa. Por isso que chamo esse dia de prelúdio de férias, já que nelas ficamos em casa vários dias úteis como o melhor dos bon vivants, pelo menos até onde seus rendimentos alcançam. E... Cafés da manhã em dias de ócio podem e devem ser feitos com menos pressa e mais novidades, tal como panquecas.

Agora que já deu pra entender a lógica do título do post, passemos a história das panquecas. Não exatamente toda a história da relação entre a panqueca e a humanidade, mas apenas uma breve ideia de como esse café da manhã surgiu. Como já sabia que ia ficar em casa pensei em "porque não fazer panquecas para o café amanhã". Até aí tudo bem, mas a parte estranha dessa história é que quando tive o pensamento, imediatamente, este post que agora escrevo foi sendo desenhado pelos meus pobres neurônios não muito ortodoxos. a começar pelo título que surgui tão logo eu imaginei a cominação panquecas + férias.

O que me leva a uma conclusão meio sinistra, pelo menos pra mim. Será que vou começar a comer o que escrevo? No lugar de escrever o que como? Trata-se de uma questão profundamente filosófica sobre o quanto  a sua cabeça pode ser esquisita e trocar os papéis das coisas. No mínimo é coisa de um lunático que só não é mais insana do que escrever tudo isso. Apesar de tudo só o futuro poderá dizer se ficarei viciada em escrever sobre comida e se isso vai atrapalhar a comida que faço. Por hora, acho que tenho que parar de ler Orson Welles.

Terra chamando.

As panquecas ficaram ótimas, "by the way". Usei uma receita clássica de café da manhã estadunidense [o povo da história mais radical e mais latina adora essa palavra] substituindo 30g da farinha comum por fibra de trigo por causa daquele lance dos alimentos com mais teor de fibras e tal. [Heidi Swanson Style]. A receita original está no livro do "Le Cordon Bleu", Todas as Técnicas Culinárias, mas fiz algumas modificações nas proporções pra deixar a panqueca mais molinha. Nesse momento, estou me sentido uma esnobe feliz, que além de agora citar receitas de "livros" de instituições ultra clássicas [e um tanto conservadoras, é verdade], modifica as "proporções". Oh! As proporções modificadas! Então, foram 120 gramas de farinha, 30 gramas de fibra de fibra de trigo, 150 ml de leite, o único ovo que tinha na geladeira, 1 colher de chá de fermento químico, 1 colher de chá de açúcar, 1 colher de chá de manteiga e uma pitada de sal. Bati tudo no mixer, que é um equipamento de cozinha super cool [isso quer dizer útil], e depois fui fazendo as panquecas na frigideira quente, não sem ter um imprevisto. A massa ficou muito líquida e depois que a primeira ameba saiu da frigideira eu achei por bem colocar mais uma colher de farinha na massa e bater bem.

Essa massa não pode esparramar na frigideira como aquela para rechear e enrolar, que conhecemos desde a mais tenra infância como panquecas mas na verdade se chamam crepe. Ela tem que ficar mais firme e fazer um disco gordinho que fica assado e se come com cobertura. Eu gosto delas com um mínimo de massa crua por dentro, não me perguntem porque. Então tento não deixar tempo demais na frigideira. Pra não dar problema eu despejo uma porção da massa - não que não tenha tentado colocar duas porções, mas elas insistiram em se unir, literalmente, contra mim - espero que umas bolhinhas pequenas apareça e viro o mais rápido que posso. Com discos menores também fica mais fácil virar sem fazer nenhum formato esquisito de coisa esparramada.

Comemos as panquecas com uma cobertura não muito clássica, mas nem por isso ruim, que foi geleia de jabuticaba caseira. Em algumas eu passei manteiga. Estava ótimo, além de ter nos livrado do pão que não deu certo logo pela manhã, o que poderia colocar nosso humor em estado letárgico por um bom período de tempo. Essa receita também quebra um galho quando não se tem nada em casa, pois leva poucos ingredientes e uma pequena quantidade de cada coisa faz um montão de panquecas. Acho que deram umas oito ou dez pequenas.

Não tirei foto das mesmas, porque quando acabei de fazer já estávamos com fome e ainda com a mesa da cozinha toda bagunçada. Só que a audiência vem cobrando pelas fotos no blog. Então como nada nesse posta faz muito sentido mesmo,  tornando-o quase uma versão literária de uma pintura surrealista de fundo esquizofrênico coloco uma foto da brusqueta que comemos de noite com o resto do pão que não deu certo. Pelo menos assado e cheio de molho ele ficou mais palatável. Jogar fora é que eu não vou! Zero wasting!

Belas brusquetas para um pão meia boca

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